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Chinesa BYD adquire direitos de exploração de lítio no Brasil…

A chinesa BYD adquiriu direitos de mineração em
uma área rica em lítio próximo à cidade de Coronel
Murta, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O
local fica a cerca de 12h da fábrica da montadora em
Camaçari, na Bahia, e é conhecido como “Vale do
Lítio”, por conta da ampla disponibilidade do mineral
no solo.


Segundo documentos obtidos pela agência de
notícias Reuters, a aquisição dos direitos de
exploração do local, feita em 2023 por meio de uma
subsidiária da empresa, chamada “Exploração
Mineral do Brasil” e criada em maio daquele ano,
estabelece a entrada da BYD no mercado de minerais
no Ocidente. O Brasil é o maior consumidor da
montadora fora da China.

Os documentos aos quais a Reuters teve acesso
mostram que a empresa foi criada com um
investimento inicial de R$ 4 milhões e teve lucro de
R$ 230 mil já no 1º ano. Relatório de outubro de 2024
mostra que a empresa “está na fase de pesquisa, sem
nenhuma movimentação financeira ou receita
operacional

A Reuters apontou o crescente interesse da BYD
sobre o mercado sul-americano de minerais. A
agência relatou que a montadora foi uma das 6
empresas liberadas para fazer ofertas para um
projeto de exploração de lítio no Chile, em 2024.
AMÉRICA DO SUL É RICA EM LÍTIO


Relatório do US Geological Survey de 2023 mostrou
que Argentina, Bolívia e Chile agregam 60% das
reservas conhecidas de lítio do planeta. O minério é
usado na fabricação de baterias de alto desempenho
usadas em carros elétricos e aparelhos eletrônicos
como notebooks e smartphones e está no centro do
debate sobre o desenvolvimento tecnológico no
mundo.


Os 3 países estão em estágios diferentes na
exploração do minério. O Chile é o único que avançou
para a extração nacional do recurso. O presidente
chileno, Gabriel Boric, anunciou em abril um projeto
para criar uma empresa estatal para controlar a
exploração do minério.


O governo será o acionista majoritário da empresa,
mas a produção será feita em parceria com empresas
privadas estrangeiras. O Chile é o 2º maior produtor
de lítio hoje –responsável por cerca de 30% da oferta
mundial– só atrás da Austrália.


O presidente da Bolívia, Luis Arce, assinou contrato
com o consórcio chinês CBC –composto pelas
Contemporary Amperex Technology, Brunp e China
Molybdenum Company– para a extração de lítio em
Coipasa e Uyuni.


O investimento de cerca de US$ 1 bilhão será
destinado à instalação de duas plantas industriais
para a exploração do minério. Cada uma será capaz
de produzir cerca de 25.000 toneladas de carbonato
de lítio por ano.


A Bolívia tem a maior reserva de lítio do mundo com
21 milhões de toneladas, mas não tem recursos e
ferramentas para explorar o minério e ainda não
determinou se isso será feito por empresas
estrangeiras.


VALE DO LÍTIO BRASILEIRO


O Brasil lançou em maio de 2023 a campanha Vale do
Lítio. O objetivo é transformar as cidades do nordeste
e norte de Minas Gerais em um centro de produção
do minério. O governo do Estado afirma que existem
45 jazidas de lítio no nordeste do Estado, o que pode
aumentar em mais de 20 vezes a produção brasileira.
A Reuters aponta que visitas recentes de
representantes dos Estados Unidos, Arábia Saudita e
China demonstram o interesse global no Brasil como
um mercado para a corrida do acesso a minerais
estratégicos. A agência ressalta também que o
posicionamento geológico das reservas de lítio no
Brasil permite uma extração facilitada, ao contrário
dos outros países sul-americanos que têm grandes
reservas.


RESGATE DE TRABALHADORES


Em dezembro de 2023, uma força-tarefa do
Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal e de
outras organizações resgatou 163 trabalhadores
chineses em “condições análogas à de escravos” e
interditou parcialmente as obras para construção de
uma fábrica da montadora BYD em Camaçari, na
Bahia.


Eles teriam assinado contratos com cláusulas
abusivas, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
Contratado pelo empreiteiro Jinjiang, o grupo teria
sido obrigado a entregar ao contratante o passaporte,
pagar US$ 900 (que só seriam devolvidos após 6
meses de trabalho) e ter a maior parte do seu salário
retido para envio à China.

Fonte: Poder360

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